- O mundo de Sofia
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domingo, 5 de abril de 2015
(…) fico tão confusa pela quantidade de coisas que tenho de considerar que não sei se choro, ou se rio, depende do meu humor. Depois durmo com a sensação estranha de que quero ser diferente do que sou, ou de que sou diferente do que quero ser, ou talvez de me comportar diferente do que sou ou do que quero ser.
- O diário de Anne Frank
terça-feira, 3 de março de 2015
Que livro você é?
"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector
Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.


"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade
"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.


"Doidas e santas", de Martha Medeiros
Moderninha e solteira, ou radiante de véu e grinalda? Eis a questão da jovem (ou nem tão jovem) mulher profissional, cosmopolita e, apesar de tudo, muito romântica. Eis a sua questão! Confesse: quantas horas semanais você gasta conversando sobre encontros e desencontros sentimentais com as suas amigas? Aliás, conversando não. Analisando, destrinchando... Mas isso não quer dizer que você só questione a existência de príncipe encantado, não. A vida adulta hoje não está fácil para ninguém, como bem mostram as 100 crônicas de "Doidas e Santas" (2008), que retratam os sabores e dissabores da vida sentimental e prática nas grandes cidades.


"Os donos do futuro", de Roberto Shinyashiki
Vencer: é isto que você quer da vida. Ganhar dinheiro suficiente para construir um bom patrimônio, formar uma família harmoniosa e feliz, criar filhos igualmente campeões. Alguém prático como você nem combinaria com um livro de ficção ou com as questões universais que podem ser levantadas pela boa literatura. Entusiasta de self-made people e admirador do estilo de vida norte-americano, você não tem medo de trabalho e procura traças metas para alcançar seus objetivos. Quando dá, procura ensinar outras pessoas a fazer o mesmo, como faz Shinyashiki nas nove lições de "Os donos do futuro"(2000) que aponta as principais características de líderes competentes.
Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.
"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade
"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.
"Doidas e santas", de Martha Medeiros
Moderninha e solteira, ou radiante de véu e grinalda? Eis a questão da jovem (ou nem tão jovem) mulher profissional, cosmopolita e, apesar de tudo, muito romântica. Eis a sua questão! Confesse: quantas horas semanais você gasta conversando sobre encontros e desencontros sentimentais com as suas amigas? Aliás, conversando não. Analisando, destrinchando... Mas isso não quer dizer que você só questione a existência de príncipe encantado, não. A vida adulta hoje não está fácil para ninguém, como bem mostram as 100 crônicas de "Doidas e Santas" (2008), que retratam os sabores e dissabores da vida sentimental e prática nas grandes cidades.
"Os donos do futuro", de Roberto Shinyashiki
Vencer: é isto que você quer da vida. Ganhar dinheiro suficiente para construir um bom patrimônio, formar uma família harmoniosa e feliz, criar filhos igualmente campeões. Alguém prático como você nem combinaria com um livro de ficção ou com as questões universais que podem ser levantadas pela boa literatura. Entusiasta de self-made people e admirador do estilo de vida norte-americano, você não tem medo de trabalho e procura traças metas para alcançar seus objetivos. Quando dá, procura ensinar outras pessoas a fazer o mesmo, como faz Shinyashiki nas nove lições de "Os donos do futuro"(2000) que aponta as principais características de líderes competentes.
fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Poema de Despedida
Em uma folha de papel amarelo com linhas verdes
ele escreveu um poema
E o intitulou "Chops" porque era o nome de seu cão
E era o que estava em toda parte
E seu professor lhe deu um A e uma estrela dourada
E sua mãe o abraçou à porta da cozinha e leu o poema para as tias
Era o ano em que o padre Tracy levava
todas as crianças ao zoológico
E ele deixou que cantassem no ônibus
E sua irmãzinha tinha nascido com unhas minúsculas e nenhum cabelo
E sua mãe e seu pai se beijaram tanto
E a garota da esquina mandou para ele um cartão de
Dias dos Namorados assinado com vários X
e ele teve de perguntar ao pai o que significava X
E seu pai deixou que ele dormisse na sua cama à noite
E era sempre lá que ele dormia
Em uma folha de papel com linhas azuis ele escreveu um poema
E o intitulou "Outono" porque era o nome da estação
E era o que estava em toda parte
E seu professor lhe deu um A
e o pediu para escrever com mais clareza
E sua mãe não o abraçou à porta da cozinha
por causa da pintura nova
E as crianças disseram a ele que o padre Tracy fumava cigarros
E largava as guimbas no banco da igreja
E às vezes elas faziam buracos
Que era o ano de sua irmã usar óculos
com lentes grossas e armação preta
E a garota da esquina riu quando ele pediu para ver Papai Noel
E os garotos perguntaram por que a mãe e o pai se beijavam tanto
E seu pai não o cobria mais na cama à noite
E seu pai ficou furioso quando ele chorou por isso.
Em um pedaço de papel de seu caderno ele escreveu um poema
E o intitulou "Inocência: Uma Questão"
porque a questão era sobre uma garota
E isso estava em toda parte
E seu professor lhe deu um A e um olhar muito estranho
E sua mãe não o abraçou à porta da cozinha
porque ele nunca o mostrou a ela
Foi o primeiro ano depois da morte do padre Tracy
E ele esqueceu como terminava o Creio em Deus Pai
E ele pegou a irmã se agarrando na varanda dos fundos
E sua mãe e seu pai nunca se beijavam nem mesmo conversavam
E a garota da esquina usava maquiagem demais
O que fez ele tossir quando a beijou
mas ele a beijou mesmo assim porque era a coisa certa a fazer
E às três da manhã ele se aninhou na cama seu pai roncava alto
É por isso que no verso de uma folha de papel pardo
ele tentou outro poema
E o intitulou de "Absolutamente Nada"
Porque era o que estava em toda parte
E ele se deu um A e um corte em cada maldito pulso
E se encostou na porta do banheiro
porque nessa hora ele não pensou que poderia alcançar a cozinha.
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Momentos.
Eu sei que tudo isso serão apenas histórias, algum dia. E nossas fotos se tornarão velhas fotografias. E todos nós nos tornaremos mãe ou pai de alguém. Mas agora, exatamente agora, esses momentos não são histórias. Esta acontecendo. Eu posso ver. E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos.
- As vantagens de ser invisível.
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domingo, 25 de janeiro de 2015
“Não há ser humano lúcido que não reaja com estupidez e nem outro tranquilo que não tenha seus momentos de desespero. Devemos ter consciência de que somos uma massa de seres humanos imperfeitos vivendo em uma sociedade de pessoas imperfeitas. Você vai frustrar as pessoas próximas e elas irão frustrá-lo. Por isso, o código da tolerância não é uma opção nas relações humanas, mas uma necessidade insubstituível.”
(Augusto Cury - O código da inteligência)
(Augusto Cury - O código da inteligência)
domingo, 14 de dezembro de 2014
Ninguém é tão louco que não possa encontrar outro louco que o entenda
Em um artigo dedicado á sincronicidade – a teoria das causalidades expostas por Jung -, existe uma citação de Ernesto Sábato para explicar que as coincidências têm mais a ver com a finalidade do que com uma obscuridade lógica da sorte. Vamos tomar como exemplo dois amigos que conviveram por muito tempo mas se separaram ao irem morar em países diferentes. Por mais estranho que pareça, eles terão grande possibilidade de se reencontrarem em qualquer lugar do mundo que visitem.
E isso acontece por uma razão muito simples: se eles têm gostos e hábitos parecidos, não é improvável escolherem viajar para a mesma cidade – Tóquio, por exemplo – na mesma época do ano. Uma vez ali, como os dois têm referencias parecidas, iram aos mesmos lugares, no mesmo período do dia.
Quando, após anos sem se ver, se encontram de repente emuma livraria para estrangeiros no bairro de Ginza, os dois dizem: “Que coincidência!” Mas, na verdade, não poderia ter sido de outra forma.
Por outro lado, como diz Sábato, duas pessoas muito diferentes podem viver uma ao lado da outra e não se encontrarem nunca, nem mesmo na própria rua.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Quem não sabe dar nada não sabe sentir nada
- Nietzsche para Estressados.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Carta de Amor aos Mortos - Ava Dellaira
Estou lendo "Cartas de Amor aos Mortos - Ava Dellaira", excelente, por sinal.
Não vou fazer uma resenha sobre o livro, mas só pra não deixar ninguém perdido.. Uma garota, que acaba de entrar no ensino médio, começa a escrever cartas para todos os artistas mortos, artistas como Amy Winehouse, Kurt Cobain, contando sua vida, suas novas experiencias. Muito bacana a história, estou viajando e me sentindo na pele da protagonista.
Fui pesquisar na internet sobre o livro e encontrei um blog com uma lista de musicas que a autora disponibilizou no Spotify (https://play.spotify.com/user/1253391622/playlist/73sBnsAkbbao6IZxjrVoPu ).
Enquanto estou lendo o livro, estou ouvindo as musicas e me sentindo no meio de um campo de papoulas, num dia lindo de sol e uma leve brisa tocando meu rosto . Estou achando a combinação perfeita. Super recomendo! Beijinhos :*
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domingo, 31 de agosto de 2014
Não se apega não
... o “amor” que machuca e destroça, aquele que nos deixa loucos,
insanos, que nos faz passar por cima de nossos princípios, esquecer tudo aquilo que lemos e
aprendemos, brigar com amigos, família, ultrapassar montanhas pessoais para, no fim,
descobrirmos que estávamos lutando por uma causa infundada. Lutávamos sozinhos,
enquanto a outra pessoa só fazia correr e se afastar. Esse falso amor nos ensina bastante e
talvez seja um dos mais importantes na vida de todas as pessoas. Sabe aquele canalha que te
fez sofrer e chorar abraçada ao seu travesseiro por noites seguidas? Ele foi o cara mais
importante da sua vida. Está duvidando? Pois então vou te contar uma história...
Mulheres nascem sabendo amar — criaturas tão frágeis e inocentes. Elas têm aquela
pureza no olhar, aquele brilho que ilumina qualquer escuridão. O coração das mulheres
nasce de portas abertas e com um tapete de boas-vindas. Elas crescem escutando histórias
sobre príncipes e princesas, gostam de rosa e acham que o amor é a causa e a solução de
todos os problemas. Também admiram os próprios pais e sonham com o dia em que serão
iguais a eles, ou com o dia em que serão diferentes (já que o divórcio está em alta
atualmente). A verdade é que mulheres vivem em um conto de fadas que não existe. Que
nunca existiu. Que está ultrapassado e fora de moda. Ah, me esqueci de dizer que as
mulheres tendem a ter uma fé inabalável. Acreditam até o fim, e se o fim chega por que não
começar de novo? E elas acreditam, sonham e se agarram a esperanças, até o momento em
que ele aparece.Ele aparece porque ele sempre aparece mesmo, não tem jeito. No livro de cabeceira de
todas as garotas sempre há um capítulo dedicado a ele — o canalha que partiu seu coração.
Como sempre, ele chega de mansinho, pede para entrar, faz a sala, a cama e ocupa todo o
espaço. De repente todas as músicas parecem que foram feitas para vocês e que seu
estômago vai explodir cada vez que se veem. O olhar se torna vago, a fome desaparece e até
uma aula de Biologia soa poética. Aos poucos você esquece quem é, o que quer e quais
sonhos tem. Isso é o “amor”!
O “amor” pode ser perigoso se ingerido em doses altas. E, quando acaba o estoque, pode
ser fatal.
Finalmente chega o dia que irá mudar sua vida para sempre. Ele se aproxima com um
discurso planejado, daqueles que a gente treina em frente ao espelho para não sair do tom.
Enquanto cospe desculpas e frases feitas na sua cara, você não consegue escutar nada do
que ele diz porque está concentrada demais em não deixar que as lágrimas desçam assim
tão facilmente. Não na frente dele. E você apenas sorri e acena com a cabeça — já que isso é
o máximo que o seu corpo pode dar em retribuição ao que você não compreende. Não há
forças para pedir que ele fique, muito menos para contestar sua decisão — ela já foi tomada.
Vocês se despedem.
O caminho de casa nunca pareceu tão desgastante, e seus passos nunca soaram tão
pesados. Sente o coração sangrando e expulsando qualquer vestígio de amor que possa
existir ali dentro. E isso é dor. Rasga o peito.
Só mais cinco minutinhos. Você consegue, menina.
Mais alguns passos. Na segurança da sua cama e no abraço caloroso do seu travesseiro,
as lágrimas podem cair — e que caiam o tempo necessário para que o expulsem de seu
corpo. O que é engraçado é que você não está chorando porque ele se foi. Chora porque sua
inocência e sua pureza foram tiradas à força. Aquela menina que acreditava em contos de
fadas e sonhava com um amor para sempre desaparece.
x
domingo, 10 de agosto de 2014
Pessoas são como livros. Precisam ser lidas. Não pare nas capas. Há muita riqueza escondida em capas não atraentes...
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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
domingo, 29 de dezembro de 2013
A culpa é das Estrelas - John Green
O livro é narrado por uma garota de 16 anos, com câncer de tireoide em estagio IV. Seus sentimentos e pensamentos em relação à doença, a família e amigos, ao mundo. As dificuldade e os "privilégios" de uma pessoa com câncer..
É muito comovente. Tenho certeza que muitas pessoas iram se identificar com essa história.
Lendo as dores, o sentimento de humilhação de uma pessoa em fase terminar, o tratamento com morfina e tudo mais, onde a pessoa vai morrendo aos poucos, só restando o tratamento paliativo.. é triste, muito triste. Mas o que mais me chamou a atenção, foi a veracidade do tratamento aos entes, quando a pessoa morre. As palavras de consolo que nos fazem querer vomitar, as pessoas que nunca apareceram pra ajudar, mas no enterro são as que mais choram. A vontade de querer ir embora, e todo mundo dizendo que é falta de respeito com os demais. De como, nunca, a pessoa parece ela mesma dentro do caixão. Sempre tem algo que a gente olha e pensa: - Se ele estiver vendo como arrumarão seu cabelo, ou como apararão sua barca, iria xingar todo mundo... (ficou horrível, nem parece a mesma pessoa)...
Esse é realmente um livro de se refletir, de se colocar na situação dos outros e pensar que 'sempre' tem alguém numa situação pior que a sua, sendo mais forte e tendo mais fé que você..
É muito comovente. Tenho certeza que muitas pessoas iram se identificar com essa história.
Lendo as dores, o sentimento de humilhação de uma pessoa em fase terminar, o tratamento com morfina e tudo mais, onde a pessoa vai morrendo aos poucos, só restando o tratamento paliativo.. é triste, muito triste. Mas o que mais me chamou a atenção, foi a veracidade do tratamento aos entes, quando a pessoa morre. As palavras de consolo que nos fazem querer vomitar, as pessoas que nunca apareceram pra ajudar, mas no enterro são as que mais choram. A vontade de querer ir embora, e todo mundo dizendo que é falta de respeito com os demais. De como, nunca, a pessoa parece ela mesma dentro do caixão. Sempre tem algo que a gente olha e pensa: - Se ele estiver vendo como arrumarão seu cabelo, ou como apararão sua barca, iria xingar todo mundo... (ficou horrível, nem parece a mesma pessoa)...
Esse é realmente um livro de se refletir, de se colocar na situação dos outros e pensar que 'sempre' tem alguém numa situação pior que a sua, sendo mais forte e tendo mais fé que você..
sexta-feira, 5 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Conte-nos sobre a Solidão.
Sem a solidão, o Amor não permanecerá muito tempo ao seu lado.
Porque também o Amor precisa de repouso, de modo que possa viajar pelos céus e manifestar-se de outras formas.
Sem a solidão, nenhuma planta ou animal sobrevive, nenhuma terra é produtiva por muito tempo, nenhuma criança pode prender sobre a vida, nenhum artista consegue criar, nenhum trabalho pode crescer e se transformar.
A solidão não é a ausência do Amor, mas o seu complemento.
A solidão não é a ausência de companhia, mas o momento em que nossa alma tem a liberdade de conversar conosco e nos ajudar a decidir sobre nossas vidas.
Portanto, abençoados sejam aqueles que não temem a solidão. Que
não se assustam com a própria companhia, que não ficam desesperados
em busca de algo com que se ocupar, se divertir, para julgar.
Porque quem nunca está só já não conhece mais a si mesmo.
E quem não conhece a si mesmo passa a temer o vazio.
Mas o vazio não existe. Um mundo gigantesco se esconde em nossa
alma, esperando para ser descoberto. Está ali, com sua força intacta,
mas é tão novo e tão poderoso que temos medo de aceitar sua
existência.
Porque o fato de descobrir quem somos nos obrigará a aceitar que podemos
ir muito além do que estamos acostumados. E isso nos assusta.
Melhor não arriscar tanto, já que podemos sempre dizer: "Não fiz o que precisava porque não me deixaram."
É mais confortável. É mais seguro. E, ao mesmo tempo, é renunciar à própria vida.
Ai daqueles que preferem passar a vida dizendo "Eu não tive
oportunidade"!
Porque a cada dia afundarão ainda mais no poço dos próprios limites,
e chegará o momento em que não terão mais forças para escapar dele e encontrar de novo a luz que brilha pela abertura acima de suas cabeças.
E abençoados os que dizem: "Eu não tenho coragem."
Porque esses entendem que a culpa não é dos outros. E cedo ou tarde encontrarão a fé necessária para enfrentar a solidão e seus mistérios.
E para aqueles que não se deixam assustar pela solidão que revela os mistérios, tudo terá um sabor diferente.
Na solidão, ele descobrirá o amor que poderia chegar despercebido.
Na solidão, ele entenderá e respeitará o amor que partiu.
Na solidão, ele saberá decidir se vale a pena pedir para que retorne, ou
se deve permitir que ambos sigam um novo caminho.
Na solidão, ele aprenderá que dizer "não" nem sempre é falta de generosidade,
e que dizer "sim" nem sempre é uma virtude.
E aqueles que estão sós neste momento, jamais se deixem assustar
pelas palavras do demônio, que diz: "Você está perdendo tempo."
Ou pelas palavras, ainda mais poderosas, do chefe dos demônios:
"Você não importa para ninguém."
A Energia Divina nos escuta quando falamos com os outros, mas também
nos escuta quando estamos quietos, em silêncio, aceitando a
solidão como uma bênção.
E nesse momento, a Sua luz ilumina tudo o que está ao nosso redor e
nos faz ver quanto somos necessários, quanto a nossa presença na
Terra faz uma imensa diferença para o Seu trabalho.
E quando conseguimos essa harmonia, recebemos mais do que
pedimos.
E para aqueles que se sentem oprimidos pela solidão, é preciso lembrar:
nos momentos mais importantes da vida sempre estaremos
sozinhos.
Como a criança ao sair do ventre da mulher: não importa quantas
pessoas estejam à sua volta, cabe a ela a decisão final de viver.
Como o artista diante de sua obra: para que seu trabalho seja realmente
bom, ele precisa estar quieto e escutar apenas a língua dos
anjos.
Como nos encontraremos um dia diante da morte, a Indesejada das
Gentes: estaremos sozinhos no mais importante e temido momento de
nossa existência.
Assim como o Amor é a condição divina, a solidão é a condição humana.
E ambos convivem sem conflitos para aqueles que entendem o
milagre da vida.
- Manuscrito encontrado em Accra - Paulo Coelho
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