sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Uma história de Amor!


Meus avós casaram-se em 01/06/1957, na igreja católica. Meu avô conta que ia visita-la a cavalo... km para ver sua amada. Na época eles só falavam em alemão, eram pobres, não era fácil viver no Brasil. Mas se amavam e assim casaram-se. Logo vieram os filhos, nove no total, um nasceu prematuro, contam-me que cabia na caixa de sapatos do vô. Esquentavam ele perto do fogão a lenha. Ele sobreviveu e hoje é ministro da Igreja. Dos nove infelizmente dois faleceram, um logo após o parto e a outra tinha já alguns meses. Trabalharam na lavoura, criaram os filhos de uma maneira pobre e humilde porém ensinaram a eles sobre amor, sobre respeito, sobre viver em comunhão. Minha mãe engravidou em 1983 e o progenitor não quis assumir, mesmo os dois estando compromissados. Minha mãe teve medo de contar para meu avô sobre a gravidez mas era necessário. Imaginem ser mãe solteira nessa época. Contou a ele. Diz que meu vô ficou um dia mudo... E quando voltou falar disse: -Você terá essa criança e nós ajudaremos criar! Eu nasci em junho de 1984 e meu vô escolheu meu nome, me registrou, me deu seu sobrenome. Nunca vi meu vô alterar a voz com minha vó mas o vi perdoar de suas chatices. Nunca, jamais vi um erguer a mão para o outro. Jamais vi um deles sair de casa sem dar um beijinho de até logo. Sempre achei isso muito lindo. Vi meu vô e minha vó chorarem pelos seus filhos mesmo quando esses já estavam grandes, e já tinham constituído família. A pessoa que mais vi dar comida pra quem estava com fome na rua foi minha vó. A pessoa que mais vi rezar na vida foi minha vó. Hoje me entristeço de ver o mundo perdendo valores. As pessoas estão acostumadas a desistir fácil demais. Inclusive eu... Eles tiveram crises, comeram farinha com água, tiveram filhos doentes, os filhos foram pra escola com cadernos em sacolinhas, eles lutaram pra manter nossa família em pé. Não é todo homem que é machista. Nem toda mulher feminista. Sempre existiram opressores de todas as raças, credos e sexo. Meu avô chora ao contar da época da guerra. Ele é alemão e sofreu por ser alemão... Quem era judeu sofreu por ser judeu. Minha vó virou uma estrela em junho do ano passado. Não foram poucas vezes que vi meu avô com as fotos dela nas mãos e lagrimas escorrendo pela face. Tenho orgulho e agradeço a Deus por ter tido esses dois anjos pra me darem exemplo de ser um ser humano melhor. Eles me ensinaram a temer a Deus. A não distorcer as escrituras sagradas. A amar o próximo, mas sem ter a necessidade de ser igual. O errado é errado mesmo que todo mundo esteja fazendo. O certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo. Uma grande e linda história só acontece quando duas pessoas decidem fazer o amor valer a pena. Minhas opiniões foram formadas a partir dos exemplos que tive na vida. Tenho orgulho de ser quem sou e eternamente grata por ser neta do Roque Arthur e Renata.

Autora: Cintia Diedrich

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